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Vôlei de Quadra

BANESPA/MASTERCARD X TELEMIG CELULAR/MINAS: TÍTULO EM JOGO

Publicado 22 de abril de 2005

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São Bernardo do Campo (SP) – Se é título que está em jogo, por que não listar as principais conquistas dos técnicos que estão envolvidos na decisão da Superliga masculina de vôlei 04/05? Afinal, pela primeira vez nesta melhor de cinco jogos a competição pode conhecer o seu campeão, já que o Telemig Celular/Minas (MG) vence o Banespa/Mastercard (SP) por 2 a 1. Resta à equipe paulista vencer neste sábado (23.04), às 13h, em seu ginásio, o Poliesportivo de São Bernardo do Campo (SP), o que adiaria a decisão para a quinta partida.

A equipe mineira está em busca de seu quarto título, enquanto o Banespa/Mastercard tenta conquistar a primeira taça da Superliga. O jogo, que terá transmissão do canal Sportv e da TV Cultura, coloca novamente frente a frente Mauro Grasso, técnico do Banespa/Mastercard, e Marcos Miranda, que dirige o Telemig Celular/Minas. Este está perto de ganhar seu primeiro título da Superliga. No currículo, títulos importantes e de expressão, mas a maioria deles como chefe de delegação ou assistente técnico. Na sua carreira, Marcão participou de quatro Olimpíadas (Seul-88, Barcelona-92, Atlanta-96 e Atenas-2000).

E foi em Barcelona, como assistente de José Roberto Guimarães, que ele ganhou a medalha de ouro. No mesmo ano, foi campeão do World Super Four, também com a seleção masculina. No ano seguinte, veio o título da Liga Mundial. Em 98, já como chefe de delegação, foi campeão do Grand Prix, uma das principais competições femininas internacionais. Já como técnico no vôlei de praia, a conquista do Circuito Mundial 2003 com a dupla Sandra/Ana Paula. Estas são as lembranças que povoam a mente de Marcão.

E vai perguntar a ele qual é o gosto de ser campeão… “Nem é o título em si, que é a conseqüência de um trabalho bem feito. O que vale mesmo é a realização de ver uma equipe se formar e se tornar vencedora. Ainda mais quando muita gente não acredita nos atletas e em você, o que é o caso agora. Alguns achavam que eu estava desatualizado, só porque deixei a praia e voltei para a quadra depois de cinco anos. Mas é claro que não ganhamos nada ainda. Tem mais trabalho duro pela frente”, declara Marcão.

O título que ele guarda com carinho é o sonho de consumo de qualquer atleta. “É o ouro olímpico em Barcelona, sem a menor sombra de dúvida. É o olimpo, fica para sempre na história. Foi o clímax na minha carreira dentro do esporte. A emoção é muito grande. E aquela equipe era tão jovem como esta do Telemig Celular/Minas. Como o Zé Roberto, que era o técnico, acabou de ser campeão da Superliga feminina, espero que essa semelhança também possa se repetir na masculina”, diz Marcão.

A sala de troféus de Mauro Grasso também é para lá de abarrotada. Como técnico do time feminino da Sadia, no final da década de 80 e início dos anos 90, ele foi tricampeão paulista, tricampeão brasileiro, tricampeão sul-americano e campeão mundial interclubes, título este com uma curiosidade. “A decisão foi no Ibirapuera contra o Pão de Açúcar, equipe dirigida pelo Zé Roberto. E foi um título até fácil. Vencemos por 3 sets a 0. No último deles, ganhamos por 15 a 0”, recorda Mauro, que, assim como Marcão, não tem título da Superliga no currículo.

Como técnico no masculino, Mauro sagrou-se tricampeão paulista, tricampeão da Copa dos Campeões de clubes e campeão do Grand Prix de clubes, todos eles com o Banespa/Mastercard, time no qual trabalha há sete anos. Uma destas conquistas é a que ele guarda com mais carinho. “Foi o bicampeonato paulista, em 2001, contra o Palmeiras/Guarulhos, por todas as dificuldades que enfrentamos, como ginásio em reforma, em Santo Amaro, e seguidas contusões, várias delas por acaso”, comenta Mauro.

Uma dessas lesões por acaso aconteceu no terceiro e último jogo da final. Já no tie-break, o ponta Murilo torceu o tornozelo no finzinho do set, num momento crucial. “E ele não quis sair. Ficou em quadra e ainda conseguiu virar uma bola e fazer o ponto. Mas quando foi para o saque, não agüentou. Tive que colocar um garoto, o Vitor, que se saiu bem. Entrou e foi logo dando uma pancada no saque, que desestabilizou o passe deles. Vencemos por 15 a 13 e não me controlei. Chorei, assim como o Murilo”, admite.

Mauro aproveita para fazer elogios ao elenco que comanda agora. “Esse é o melhor grupo com o qual já trabalhei. Muito trabalho e pouco desgaste. O pessoal é muito unido, um grupo que praticamente se formou este ano. Do ano passado, só estão o Vinhedo e o Michael”, conta. “Para esse jogo, nossa responsabilidade aumenta bastante porque é um jogo de vida ou morte para nós. E é uma faca de dois gumes: aumenta a concentração, o que é bom, e aumenta a ansiedade, o que é ruim”, emenda Mauro.

NALBERT PRETENDE QUE ESTE SEJA SEU PENÚLTIMO JOGO NA QUADRA

Da mesma forma como é impossível prever o que pode acontecer neste sábado (23.04), tamanho o equilíbrio desta final, é inevitável falar em Nalbert. Afinal, será que chegou o dia da sua despedida das quadras? Ele, é claro, assim como toda a torcida do Banespa/Mastercard, espera que não. E é incrível a naturalidade com a qual o capitão da equipe medalha de ouro em Atenas encara este divisor de águas de sua carreira.

Nalbert fala mais uma vez dos seus planos. “Espero que seja o penúltimo jogo na quadra e nem quero pensar que pode ser o último jogo, mas estou tranqüilo. Não existe qualquer dúvida na minha cabeça: só continuarei na quadra se não conseguir patrocínio para jogar na areia, independentemente do que acontecer nessas finais. E é claro que gostaria muito de sair vencendo, até porque também nunca ganhei uma Superliga. Quero ser campeão sempre e ser o melhor sempre”, diz Nalbert, que está com 31 anos.

Ele já vislumbra um futuro promissor. “Vejo um futuro maravilhoso para mim com o vôlei de praia. Vou me adequar muito rápido. Jogo na areia desde moleque. O que muita gente não sabe é que, com 17 anos, disputei um Mundial na praia, em dupla com Gustavo. Mas ainda era muito amador na época e a quadra era a vitrine. Surgiu o convite para eu ser profissional na quadra e me dediquei para isso”, revela.

Nalbert deu mais uma prova de amor e dedicação ao voleibol. Confiram a sua determinação quando o esporte está em foco: “Acho que posso me tornar um jogador ainda melhor na praia. Jogar na quadra é mais pesado, assim como o dia-a-dia. Os períodos longe de casa também são maiores. Sem contar com o fato de poder morar em casa, pertinho da praia”, comenta o ilustre morador do Leblon, zona sul do Rio.

Para finalizar, um último desabafo. “O que me move é o desafio. E o próximo será a busca pela medalha de ouro numa Olimpíada. Vou atrás disso”. Alguém duvida?

EQUIPES

BANESPA/MASTERCARD – Vinhedo, Rivaldo, Nalbert, Ricardo Serafim, Alberto e Michael. Líbero: Polaco.Técnico: Mauro Grasso.

TELEMIG CELULAR/MINAS – Marlon, Evandro, Roberto Minuzzi, Ezinho, Jardel e Rogério. Líbero: Serginho.Técnico: Marcos Miranda

Fonte: CBV

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