Federação Paulista de Volleyball

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Professores, Serginho e Marcelinho orientam e lideram jovem time do Sesi-SP

19 ago 2014



 

Fonte:
Lucas Dantas – Sesi

 

São Paulo
(SP) – Por conta dos compromissos da Seleção Brasileira, o time masculino de vôlei
do Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP) está atuando pelo
Campeonato Paulista com uma equipe muito jovem em posições-chave. Na partida do
último sábado (16/08), vitória por 3×1 sobre o Santo André, entraram em quadra
o meio de rede Aracajú (21 anos) e o ponteiro Composto (19), durante a maior
parte do jogo, além do levantador Thiaguinho (21) e do oposto Rafael Araújo
(23), na inversão. Um grupo bem jovem e com a responsabilidade de vestir a
camisa do atual tricampeão paulista.

 

Para
efeito de comparação, quando o líbero Serginho ganhou a medalha de ouro olímpica
em 2004, em Atenas, Eduardo Matheus, o Composto, tinha apenas 10 anos. Após um
erro de recepção do ponteiro no sábado, a primeiro pessoa a dar apoio e
cumprimentar o jogador foi o próprio Serginho, que estava ao seu lado na
quadra.

 

Por conta
dessa juventude do time, o Sesi-SP precisa de alguém para segurar a ansiedade,
dar conselhos e preparar os jovens para a dureza dos campeonatos. E seguindo a
Pedagogia do Exemplo tão aplicada para os alunos da entidade, dois professores
dão o tom da equipe em quadra, cobrando e apoiando sempre na medida certa, para
que o resultado venha e as jovens promessas consigam mostrar seu jogo com
tranquilidade. Marcelinho e Serginho, medalhistas olímpicos e com os nomes na
história do voleibol brasileiro, são os mestres que guiam os garotos nesse início
de temporada.

 

“Eles estão
passando por um processo normal de aprendizado. Eu passei por isso, todo mundo
passa. O Aracajú era juvenil no ano passado. Esse ano já está no adulto. Assim
como Fabio, o Douglas, Alisson, todos estão aprendendo ainda. Eu e o Marcelo
precisamos ajudar e eles precisam aproveitar a chance. Depois que acabar o
Mundial da Seleção, os principais vão voltar e aí serão só 12 na quadra. Eles
entram e jogam bem, têm que aproveitar, e a gente ajuda, passa calma. Mas a
ansiedade sempre vai existir”, disse Serginho, que também lembrou que as mudanças
no esporte facilitam para os jovens hoje em dia, em comparação a quando o próprio
começou.

 

“Comecei
como ponteiro passador e tinha muita gente para me ajudar, mas era uma geração
muito forte. O voleibol era muito diferente, de muito mais força física mesmo,
o saque era mais forte. Hoje é muito saque flutuado, é diferente, os caras
erram um saque e já começam a flutuar, com medo de errar de novo. Perdeu a força”,
completou.

 

O outro
professor da equipe, o levantador e capitão do time Marcelinho, também ressalta
a idade dos companheiros e lembra que sua experiência em jogos mais difíceis é
fundamental para passar tranquilidade para o elenco.

 

“É um
grupo muito jovem mesmo. O Campeonato Paulista é muito importante para eles
vivenciarem esses momentos difíceis, essa ansiedade de sacar num 24-24 e saber
o que fazer sem errar. Eu e o Serginho já passamos por momentos tensos, os mais
tensos possíveis. Então a gente acalma”, diz o capitão. “Tenho que
escolher o cara para quem vou levantar. Se tem um jogador num momento ruim, não
vou dar a bola pra ele. E o Escada, no fundo, tem que cobrir o cara que ele
sente mais inseguro também. Para nós é sensacional também. Ter a jovialidade
deles nos motiva. E tenho certeza de que lá no futuro eles vão agradecer pelo
que estão passando”.

 

Tal como
seu companheiro na medalha de prata em Atenas, Marcelinho também acredita que
hoje está mais “fácil” para os garotos e que a concorrência não é tão cruel
quanto no seu início.

 

“Não tinha
um Marcelinho do jeito que eu sou não. Naquela época era mais rígido, mais
duro, mais quartel mesmo. Hoje é bem diferente. Na minha época eu tinha que ir
na marra, o nível era muito alto, o mais velho queria te pegar, senão a gente
tomava o lugar dele. Hoje tem muito mais conversa e paciência. Eles têm sorte
de ser assim”.

 

Quem
agradece muito os conselhos do levantador é Leandro Aracajú. O meio de rede de
21 anos teve o saque do jogo no último sábado e antes de soltar o braço, ouviu
longos conselhos do capitão sobre como e onde deveria mandar a bola. Seguiu a
dica e o time fechou a partida com vitória logo em seguida. Aracajú comemora a
oportunidade de jogar com os “mestres” e aproveita para agarrar a chance, já
que Lucão volta em questão de semanas.

 

“A experiência
deles em quadra ajuda muito. Eles são calejados, dão toques, dicas e assim fica
tudo muito mais fácil. Não esperava esse entrosamento tão bom com o Marcelinho
no início da temporada. A gente conversa muito, vi alguns vídeos dele e estamos
treinando para melhorar ainda mais. Mas ele já achou minha bola e isso é ótimo.
Jogo para agarrar a oportunidade com as duas mãos, fazer o melhor possível,
para quando o Lucão voltar, eu ficar no banco para ajudar. Tenho que dar o meu
máximo agora”.

 

Pelo
Campeonato Paulista, o Sesi-SP volta à quadra na próxima sexta-feira, contra o
Rio Claro, às 19h, no Sesi de Piracicaba.

 

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