Vôlei de Quadra
Publicado 20 de janeiro de 2022
CompartilharFonte: Heleni Felippe/ Contrapé
São Caetano – A Superliga B, de acesso a Superliga, a mais importante competição nacional do vôlei feminino, vai começar na sexta-feira (21/1/2022) e a Energis 8 São Caetano tem a força de Mariana Bueno Blum, a Mari Blum, a jogadora mais experiente do elenco. A ponta traz ao grupo a tranquilidade e a experiência de quem jogou 12 anos no exterior – Estados Unidos, Porto Rico, Alemanha e Suíça –, em campeonatos máster e universitário, na Superliga, na Superliga C e no Paulista. Mari Blum tem uma incrível capacidade de adaptação que usa em favor dos times para os quais atua.
Mari Blum, de 1,76 m e 68 kg, nasceu em 23/11/1983, em São Bernardo do Campo, onde começou no vôlei aos 7 anos, com a irmã dois anos mais velha num time da Glasurit, perto de sua casa, no Parque Terra Nova, Bairro Demarchi. "Eu era aquela menininha chata que ficava pegando a bola. Eu era insistente e comecei a jogar. Lembro até hoje no meu primeiro jogo, com 9 anos, que eu entrei para sacar e errei", comenta Mari.
Ainda jogou no clube da Volks até fazer um teste em São Caetano, onde aprofundou o aprendizado e começou a aperfeiçoar sua técnica na escolinha, no pré-mirim e no mirim. Ficou um ano longe das quadras, afastada pelo pai para que se dedicasse mais aos estudos quando jogava em Osasco. Voltou, em seguida, para São Bernardo e Santo André, antes de ir para o Júnior College, na cidade de Hudson, no Kansas, Estados Unidos, em 2004.
"Levei duas brasileiras comigo e foi muito legal porque tivemos várias conquistas. Era um time que nem tinha torcida e começamos a bater recorde de torcida. Depois que joguei dois anos do Júnior College me transferi para a Universidade de Oklahoma, da Divisão 1. Aí já era um torneio bem forte, como a Superliga, com grandes jogadoras, como a medalhista olímpica Destinee Hooker, com transmissão da ESPN e viagens de avião."
Fez Educação em Espanhol, o que a habilita a dar aula de espanhol e português nos EUA e de inglês e espanhol no Brasil.
Depois de formada, e até antes, nos intervalos dos campeonatos, jogou por curtos períodos em Porto Rico, Alemanha e Suíça. "Eu ia jogar as finais e voltava. Também joguei vôlei de praia. E voltei ao Brasil quando fiquei grávida. Fiquei um ano só focada no meu filho", conta. Lucas tem 7 anos e Mari Blum tem a ajuda dos pais. Treina em dois períodos, mas dá almoço e arruma o filho para a escola nos intervalos. “Ele me espera na porta e me recebe sorrindo e com abraço.”
Depois do nascimento de Lucas Mari Blum retornou as quadras pelo máster em São Bernardo e em campeonatos universitários pela UniSant'Anna. "Fiquei 12 anos fora do Brasil e fui conhecer de novo as pessoas do vôlei jogando torneios máster e universitário. Um técnico do Paraná me viu e me chamou para jogar a Superliga C. Comecei a treinar numa academia no início da pandemia – meu primo era o dono e me emprestou a chave. Então eu estava muito bem fisicamente quando o Fernando (o treinador Fernando Gomes) me chamou para jogar a Superliga por São Caetano."
"Eu me ajustei rápido e estou feliz em São Caetano. Cheguei na Superliga, uma semana apenas para jogar contra Osasco. Não foi um choque, mas eu nunca imaginei que estaria na Superliga. Essa que é a experiência que eu vejo, que não é algo novo, dentro da quadra o jogo é jogado e legal não sentir nervosismo por causa dessa situação." Observa que vôlei da Divisão 1 dos Estados Unidos – jogou na região BIG 12 – é bem parecido com o do Brasil. “O nível é bem parelho, bem forte”.
Jogou a Superliga C, por Taubaté, em 2021, e está com uma boa expectativa para a Superliga B. "Estamos mais bem preparadas, com mais atletas, e saímos do Paulista, uma competição forte, mais entrosadas. Tenho certeza de que vamos fazer uma Superliga bem forte. O grupo é muito legal, vejo todo mundo exercendo super bem sua função. O time está bem, mais forte", afirma Mari Blum.
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