Federação Paulista de Volleyball

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Brasil conquista terceiro ouro em um ano inesquecível

07 set 2008

 

Fonte: CBV

 

Fortaleza – O ano de 2008 entrou para a história do voleibol brasileiro. E foi um ano com o brilho do ouro para marcar a geração da seleção feminina. Uma geração que conquistou o inédito título dos Jogos Olímpicos, em Pequim, mas antes ainda faturou o heptacampeonato do Grand Prix. E, neste DOMINGO (07.09), ao lado da torcida no ginásio Paulo Serasate, em Fortaleza, subiu novamente no lugar mais alto do pódio. As brasileiras enfrentaram, na decisão do Final Four, a República Dominicana e venceram por 3 sets a 0, parciais de 25/21, 25/17 e 25/18, em 1h17 de jogo. Mari foi a maior pontuadora da decisão com 15 pontos, sendo 14 de ataque e um de saque.

 

O jogo foi histórico: marcou a despedida do ícone desta geração da seleção, a levantadora e capitã Fofão. Em sua 340ª partida vestindo a camisa verde-amarela, Fofão deu adeus com mais uma medalha de ouro para sua coleção. Sua trajetória brilhante inclui três medalhas olímpicas – ouro (Pequim/2008) e bronze (Atlanta/96 e Sydney/2000)-, duas em Campeonatos Mundiais – prata (em 94 e 2006) – e nove no Grand Prix – seis ouros (94, 96, 98, 2004, 2006 e 2008), duas pratas (95 e 99) e um bronze (2000).

 

Durante a premiação, Fofão foi homenageada pela Confederação Brasileira de Voleibol. A levantadora e capitã do Brasil recebeu flores do marido João Márcio, uma jarra de cristal das mãos do presidente da CBV, Ary Graça, com a inscrição: “Obrigado Fofão, pelos seus 340 jogos e pela sua história de sucesso na seleção brasileira de voleibol”. Do técnico José Roberto Guimarães, emocionado, recebeu um relógio.

 

Fofão : “Nenhum momento foi tempo perdido”

 

A comemoração após o último ponto sobre a República Dominicana foi imediata. As jogadoras se reuniram no centro da quadra e jogaram a capitã para o alto e ensaiaram um tímido pedid “Fica, Fofão!”. Um longo e emocionado abraço e um beijo fraterno selou a despedida do técnico Zé Roberto. Foi o treinador quem transformou a ex-atacante em levantadora, seguiu todos os seus passos na longa e vitoriosa carreira, e virou um verdadeiro amigo.

 

Sem palavras, Fofão não conteve as lágrimas. “Valeu. Agradeço a Deus por ter me dado a chance de defender o Brasil e chegar neste momento. Durante a final veio toda uma história na cabeça. Comecei a jogar sem pretensão alguma, e no meu segundo ano fui convocada para a seleção pelo mesmo técnico que não me chamou para a equipe juvenil. De repente, participei de cinco Olimpíadas. Hoje olho para trás e vejo que tudo valeu a pena, e que nenhum momento foi tempo perdido”, afirmou a levantadora de 38 anos, que resumiu qual o sentimento que ficará dos 17 anos que vestiu a camisa da seleção: “Saudade”.

 

E o momento que ficará eternamente na lembrança da jogadora foi aplaudido de pé pelos torcedores brasileiros. “Depois de tantos anos na seleção, fico feliz por fazer esta despedida no Brasil, ao lado da torcida. Esse momento me marcará pelo resto da vida”, encerrou Fofão.

 

Walewska: “A seleção brasileira vai viver uma nova era”

 

Após a premiação, a meio-de-rede Walewska também anunciou oficialmente que o Final Four foi seu último torneio pela seleção brasileira.

 

“Estou na seleção desde 94, participei de três Olimpíadas. Tenho outros planos: estudar, casar e ter filhos. Também quero jogar ainda mais dois ou três anos fora do Brasil. Encerrei mais um ciclo olímpico. Temos material humano para substituir quem está deixando o time. A seleção brasileira agora vai viver uma nova era. O que vou sentir mais falta neste grupo é a união”, afirmou Walewska.

 

Para completar a festa, Fofão foi levou os troféus de melhor jogadora e levantadora desta primeira edição do Final Four. Da seleção brasileira também foram premiadas Fabi (líbero e defesa) e Fabiana (bloqueio). A dominicana Bethania de La Cruz foi a maior pontuadora do torneio, com 79 pontos, e melhor ataque, com 51.97% de aproveitamento. Completam a lista: a cubana Yanelis Santos (melhor saque), a argentina Lucia Gaido (defesa), e a dominicana Brenda Castillo (revelação).

 

Na estatística por equipes, a seleção brasileira terminou o Final Four na primeira posição em quase todos os fundamentos: levantamento, recepção, ataque e bloqueio. Ficou em segundo na defesa – Argentina foi a primeira colocada – e em quarto no saque – República Dominicana foi a melhor equipe.

 

O JOGO – O primeiro set foi o mais equilibrado, mesmo assim, a equipe dominicana não chegou a ameaçar a seleção brasileira. Bem no sistema defensivo e aproveitando os contra-ataques, o Brasil fechou em 25/21, no bloqueio de Sheilla, após 26 minutos.

 

Bem concentradas, as brasileiras ditaram o ritmo do segundo set desde o início. No bloqueio da oposto Sheilla o Brasil marcou 6/3. No segundo tempo técnico, a vantagem das campeãs olímpicas era de cinco pontos (16/11). As dominicanas não conseguiram marcar a variedade e velocidade das jogadas de ataque do Brasil. Com tranqüilidade, o time comandado por José Roberto Guimarães marcou 25/17, no ataque de Mari, após 24 minutos.

 

Com o bloqueio brasileiro marcando bem as jogadas dominicanas, as ataques tiveram mais facilidades de colocar a bola no chão nos contra-ataques. Com quatro pontos consecutivos, o Brasil abriu 6/2. Jaqueline mostrou toda a técnica brasileira, explorou o bloqueio adversário e marcou 16/9. As caribenhas ainda fizeram três pontos consecutivos (17/12), mas a reação parou por aí. Jogando com alegria, as campeãs olímpicas deram uma aula de voleibol na reta final da parcial.

 

O Brasil chegou ao match-point 24/15, mas o destino parecia querer que Fofão ficasse mais tempo em quadra. Foram três pontos seguidos das dominicanas. Zé Roberto pediu tempo, mas não conseguiu falar, e chorou. A líder Fofão foi quem deu as últimas orientações ao time. Depois de um ponto adversário, Mari recepciona o saque e, com maestria, Fofão levanta de manchete, e Sheilla marca 25/18, em 27 minutos. Da arquibancada ouviu-se o côr “Fofão, Fofão!”

 

Carol Albuquerque continua na seleção

 

A segunda levantadora da seleção brasileira, Carol Albuquerque, conversou com o técnico José Roberto Guimarães e decidiu permanecer na equipe. Seu único problema era ter mais tempo para se dedicar ao filho Matheus, de quatro anos.

 

“A Carol vai continuar na seleção e vai dar seqüência ao trabalho. Agora é só esperar para saber quem vai se juntar ao grupo”.

 

EQUIPES

 

BRASIL – Fofão, Sheilla, Mari, Jaqueline, Thaisa e Fabiana. Líber Fabi

 

Entraram: Carol, Valesquinha, Sassá e Paula.

 

Técnico – José Roberto Guimarães

 

REPÚBLICA DOMINICANA – Echenique, Vargas, Nuñez, Cabral, Rondon e Bethania. Líbero – Castillo.

 

Entraram: Rivera, Rodriguez, Marte e Eve,

 

Técnico – Marcos Kwiek

 

 

 

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