Vôlei de Quadra
Publicado 10 de julho de 2005
CompartilharTaipei – Como a própria capitã Valeskinha afirmou, “esse negócio de cumprir tabela, ainda mais contra Cuba, não funciona”. Pura verdade. Neste domingo (10.07), no Taipei Municipal Gym, as duas seleções já entraram em quadra classificadas para a fase final do Grand Prix, mas parecia até decisão. Melhor para o Brasil, que, de virada, venceu por 3 sets a 1 (22/25, 25/20, 25/19 e 25/23), em 1h38, e terminou a fase de classificação em segundo lugar, com oito vitórias e uma derrota – só superado pela China no ponto average (divisão dos pontos marcados pelos pontos sofridos).
A ponta Paula Pequeno, maior pontuadora da partida, com 18 acertos, ainda recebeu o troféu de melhor jogadora da etapa de Taipei (Most Vailable Player). Outra premiada foi a meio-de-rede Carol Gattaz, que terminou como a melhor no bloqueio. A fase final será realizada em Sendai, no Japão, de 13 a 18 de julho, e contará com as cinco seleções mais bem classificadas – China, Brasil, Cuba, Itália e Holanda – e o Japão, país-sede. Todos jogam contra todos e o campeão será aquele que terminar com o maior número de pontos. A seleção brasileira, que defende o título, busca o pentacampeonato.
E o jogo deste domingo foi uma pequena mostra do que será a fase final. Os 4.500 torcedores que tiveram a oportunidade de assistir à partida, cercada de grande rivalidade, puderam se esbaldar com um voleibol de alto nível. Cuba se manteve no comando do placar durante todo o primeiro set. Com a característica força no ataque, as cubanas não deram chance às brasileiras, que não conseguiam segurá-las no bloqueio. Ainda assim, o set foi parelho até o fim, fechado pela equipe medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas/2004 em 25/22.
Apesar de o bloqueio brasileiro ainda não ter funcionado no segundo set, a equipe se superou ao passar a forçar o saque. E, principalmente, o índice de erros diminuiu bruscamente em todos os fundamentos. Na metade do set, o Brasil abriu três pontos de vantagem (15/12) e conseguiu manter a diferença, fechando em 25/20 num ataque da oposto Sheilla. A postura agressiva e a concentração das jogadoras brasileiras foram as mesmas no terceiro set. E se existe o chamado jogo igual no vôlei, ele foi visto neste set. Mas numa passagem da levantadora Carol pelo saque, a equipe fez cinco pontos seguidos e fechou em 25/19, num erro de Carrillo.
Veio o quarto set e Cuba mostrava-se determinada a levar a partida para o tie-break. Abriu 3/0, chegou a estar vencendo por 17/12, mas, como já dizia uma recente campanha publicitária, “o brasileiro não desiste nunca”. O Brasil perdia por 23 a 21, quando, numa passagem de Paula Pequeno pelo saque, o time de José Roberto Guimarães tirou da cartola uma seqüência de quatro pontos e selou o set em 25/23, num bloqueio solitário de Renatinha, e a partida em 3 a 1. Ficou mais do que provado que, realmente, não existe jogo para cumprir tabela entre brasileiras e cubanas.
Zé Roberto analisou o jogo da seguinte forma: “Tecnicamente, nosso time é melhor, mas não temos a pegada das cubanas. Desde o início, estávamos falando sobre o nosso saque. Contra Cuba, precisamos sacar forte, o que não estava acontecendo. O ataque é o ponto forte delas, e não a defesa e o bloqueio, como mostram as estatísticas. Deixamos que elas ganhassem o primeiro set de forma tranqüila, sem pressionarmos. Depois, paramos de errar bolas bobas e a encaixar os saques, o que desestabilizou o passe delas. Foi uma vitória extremamente importante, dá moral e maturidade. É gostoso ver o time jogar com essa determinação”.
Brasil: Marcelle (1), Renatinha (10), Sassá (6), Paula Pequeno (18), Valeskinha (3) e Carol Gattaz (7). Líbero: Fabi.Entraram: Carol (5), Sheilla (15) e Jaqueline (1).Técnico: José Roberto Guimarães.
Cuba: Ramírez (7), Carcases (11), Mesa (4), Calderon (17), Carrillo (12) e Barros (10). Líbero: Martinez.
Entraram: Ruiz (2), Santos e Ortiz.
Técnico: Felipe Calderon.
Fonte: CBV
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