Vôlei de Quadra
Publicado 03 de abril de 2005
CompartilharNiterói (RJ) – O Finasa derrotou neste sábado, em Niterói, pela terceira vez, o Rexona-Ades nas finais da Superliga Feminina de Vôlei 2004/2005 e conquistou o tricampeonato da competição, repetindo o feito do Leites Nestlé nas edições de 94/95, 95/96 e 96/97. A equipe dirigida pelo técnico José Roberto Guimarães fechou o playoff final por 3 jogos a 0, vencendo a partida decisiva por 3 a 0, com parciais de 31-29, 25-18 e 25-18, em 84 minutos, no Ginásio Caio Martins.
As jogadoras do Finasa fizeram uma grande festa em Niterói. A equipe conseguiu uma incrível recuperação durante o torneio e o carnaval feito pelas atletas e pelos cerca de 1.100 torcedores que viajaram de Osasco foi emocionante e marcou a manutenção da hegemonia do time no principal evento do calendário nacional do esporte. O time retornou a São Paulo no final da tarde do sábado, chegando em Congonhas às 18h35 (vôo 2460-TAM).
Em 11 edições da Superliga, esta foi a sexta final do time de Osasco, a quarta consecutiva e o terceiro título brasileiro. Nos dois anos anteriores, a equipe derrotou o MRV/Minas na final, sempre comemorando a conquista no ginásio adversário. A decisão do torneio 2004/2005 foi muito equilibrada. Um exemplo disso é que os dois primeiros jogos foram decididos apenas no tie-break, sobrando emoção para o público que acompanhou a grande final.
Na partida deste sábado, o primeiro set foi o mais disputado e decisivo. O Finasa abriu vantagem de três pontos logo no início, mas o Rexona inverteu a situação e chegou ao segundo tempo técnico com 16 a 13. A vantagem se manteve até que o time paulista empatou em 23 a 23, pouco depois da entrada de Bia no lugar de Mari, que não estava bem no jogo. O Rexona ainda perdeu cinco chances de fechar o set, mas foi o Finasa quem levou a parcial, aproveitando seu terceiro set point para marcar 31 a 29, em um bloqueio de Bia a um ataque de Sassá.
Embalado pela vitória no set anterior, o Finasa manteve o ritmo e logo abriu 7 a 2. A equipe paulista fez um set quase perfeito: cedeu apenas dois pontos em erros para o adversário, enquanto o Rexona cedeu oito. Os destaques do segundo set foram a levantadora Carol Albuquerque, que virou diversas bolas de segunda, e a ponta Bia, que passou sempre pelo bloqueio do time carioca. O Finasa fechou em 25 a 18, após 25 minutos, com ataque Paula na paralela.
No terceiro set, o jogo voltou a ficar equilibrado. Mais concentrado, o Rexona resolveu seus problemas de passe e o placar seguiu apertado até 14 a 14. Neste momento, a levatandora reserva Ana Cristina entrou para sacar e foi decisiva. Abriu quatro pontos de vantagem. Defendendo muito, a equipe paulista foi aumentando a diferença até fechar o set em 25 a 18, com ataque de Érika que desviou no bloqueio, garantindo o tricampeonato.
O título de campeão da temporada 2004/2005 teve um sabor muito especial para o Finasa. A equipe teve problemas inesperados logo no início da competição, quando a levantadora Gisele pediu rescisão de contrato por não se adaptar ao time.
“Tivemos um sério problema com a nossa levantadora titular um dia antes da estréia na Superliga. Isso nos obrigou a refazer todo o trabalho e tivemos que correr contra o tempo. Felizmente atingimos o objetivo, que era chegar a mais uma final e depois à conquista do título”, lembra Zé Roberto. “Tivemos bons e maus momentos dentro da competição, mas felizmente mais bons do que maus. A entrada da Carol Albuquerque, que aos poucos adquiriu uma boa condição física, também foi importante para o nosso crescimento.”
A coroação veio neste sábado, quando a levantadora recebeu o Troféu VivaVôlei por ter sido considerada a melhor do jogo decisivo. “Foi um título difícil. O retrospecto estava todo a favor do Rexona, mas nós demos a volta por cima. Hoje (sábado), a nossa principal virtude foi controlar a ansiedade. O time manteve os pés no chão”, comemorou Carol.
Outro destaque foi a atacante Bia, a maior pontuadora da partida, com 14 pontos. Do lado do Rexona, Fabiana marcou 12 pontos.
Há quatro temporadas no comando do time de Osasco, Zé Roberto comemora bons resultados. “Essa temporada foi a mais difícil entre todas em que estive no Finasa. Estava sempre correndo atrás. Primeiro, cheguei da Grécia sem nenhuma medalha (a seleção terminou em quarto lugar das Olimpíadas), depois tivemos os problemas com o time. Fui muito mais psicólogo do que técnico, precisava que jogadoras acreditassem nelas mesmas. Por isto este título teve um sabor especial para mim”.
Depois de sofrer três derrotas em 16 partidas da fase de classificação (duas para o Rexona-Ades e uma para o Pinheiros-Blue Life), o Finasa melhorou nos playoffs vencendo todos os jogos que disputou nas quartas-de-final (2 a 0 contra o São Caetano/Detur), nas semifinais (3 a 0 contra o MRV/Minas) e na grande decisão (3 a 0 contra o Rexona-Ades). No total, o time de Osasco disputou 24 partidas, conseguindo 21 vitórias. Foram 66 sets vencidos e apenas 20 perdidos.
Com a conquista do tri, o Finasa se iguala a dois times que fizeram história no vôlei brasileiro: Leites Nestlé e Sadia, que conseguiu conquistar três títulos consecutivos – 88/89, 89/90 e 90/91 – antes do início da Superliga. A equipe da Sadia era tão hegemônica que provocou a criação do ranqueamento de atletas e a divisão de forças entre as equipes pela Confederação Brasileira de Vôlei.
As campeãs
Carol Albuquerque: “Esse é meu primeiro titulo da carreira na Superliga. Só isso já é motivo para comemorar. E estou mais contente ainda porque o time veio de baixo. Eu, principalmente, tive que correr contra o tempo (ela só chegou ao time em dezembro) e brigar muito para provar que poderia jogar. Ainda não acredito que sou campeã brasileira”.
Paula Pequeno: “Eu tenho espírito guerreiro dentro de mim. Acredito que sempre posso fazer mais. Estou orgulhosa por isso. Herdei essa garra da minha mãe. No pior momento da minha vida, há um ano atrás (quando operou o joelho), ela esteve do meu lado”.
Bia: “Para mim, foi importante ter voltado a jogar na final (ela perdeu a posição para Mari no primeiro jogo das finais). Voltei bem e tinha certeza que podia ajudar o time. O jogo foi tranqüilo em comparação aos anteriores. A Superliga desse ano teve um gosto especial. Ao contrário das outras duas (2002/2003 e 2003/2004), em que éramos favoritas, dessa vez o peso estava no adversário”.
Carol Gattaz: “Foi minha primeira final de Superliga e estou muito feliz por ter sido em um time como o Finasa. Isso aqui é uma grande família, desde a comissão técnica, até os superiores, todo mundo sempre me apoiou muito. É um prazer levar o título para Osasco. A gente nunca teve a certeza do título, mas a vontade sempre foi grande. Lutamos muito e foi um título lindo”.
Valeskinha: “Eu tenho boas lembranças daqui (Niterói). Já tinha vencido com o Flamengo nesse ginásio e sabia que seria feliz de novo e foi isso que aconteceu. Vários amigos vieram me ver, a torcida do Finasa estava presente em peso, minha mãe está na arquibancada. A felicidade é extrema”.
Érika: “Nosso time merecia a vitória pelo trabalho que fizemos. Passamos por muitas dificuldades, agüentamos pressão. O mais importante foi respeitar a equipe adversária. A postura que todas no time tiveram foi sensacional. Era o nosso dia. Controlamos a euforia, pois sabíamos que a coisa era dura do lado de lá”.
Mari: “Hoje, tivemos garra, determinação e muita ajuda do lado de fora. Esse título é fruto do trabalho que fizemos. Tudo isso junto resultou no título”.
Arlene: “Desde o último jogo a gente sabia que não iria sair daqui sem o título”.
Melhores da Superliga – Logo após a entrega dos troféus e medalhas às equipes finalistas, a Confederação Brasileira de Vôlei entregou os troféus às melhores jogadoras da competição. O time campeão garantiu dois prêmios : Mari (saque) e Valeskinha (bloqueio). As demais vencedoras foram Fernanda Venturini (levantamento), Leila (defesa), ambas do Rexona-Ades, Renatinha (ataque), do Oi/Campos, e Verê (líbero), do MRV/Minas.
Compromisso – O Finasa, que tem um sério compromisso com o esporte, assumiu a estrutura vencedora do BCN em novembro de 2003 e em maio comemora 12 anos de investimento no vôlei. Em outubro, o Programa Finasa Esportes completará 18 anos de apoio sistemático ao esporte (começou com o basquete feminino de Piracicaba).
A empresa não investe apenas na categoria adulta. Ao contrário, há um grande trabalho de desenvolvimento, aperfeiçoamento e descoberta de talentos. Por isso, a Associação Desportiva Classista Finasa conta com todas as categorias de base de vôlei e de basquete. Além disso, em parceria com a prefeitura de Osasco, mantém 78 núcleos de formação em que quase 4 mil meninas de 12 a 16 anos aprendem noções do esporte e de cidadania.
Finasa/BCN na Superliga
94/95 – vice-campeão
95/96 – vice-campeão
96/97 – terceiro colocado
97/98 – sétimo
98/99 – quinto
99/00 – terceiro
00/01 – quinto
01/02 – vice-campeão
02/03 – campeão
03/04 – campeão
04/05 – campeão
Fonte: ZDL
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